Apostar em reuniões e em ações voltadas para o tema no setor são algumas formas de evitar que episódios ocorram
Foto: Banco de imagens/Canva
A preocupação com o assédio sexual ou moral no ambiente de trabalho sempre foi uma questão bastante pertinente, principalmente em setores que ainda necessitam de um trabalho maior de conscientização, como é o caso do transporte rodoviário de cargas (TRC).
Em um parâmetro geral, o público feminino ainda é o que mais sofre com essas questões no âmbito profissional. De acordo com um levantamento realizado pela empresa tecnológica Mindsight no ano passado, 38% das entrevistadas relataram já ter sofrido assédio moral e 15,4% sexual.
Analisando o setor rodoviário de cargas, esse resultado infelizmente também é uma realidade. Em uma pesquisa apresentada no começo de 2022 pela associação Women in Trucking, nos Estados Unidos, 60% das mulheres motoristas se sentiam inseguras na profissão, muito devido ao assédio nas estradas e, também, pela falta de preparo e de treinamentos adequados aos colaboradores das empresas e das transportadoras.
Segundo Gislaine Zorzin, diretora administrativa da Zorzin Logística, “trazer esse tipo de abordagem é de extrema importância, principalmente no setor de transporte de cargas, onde há uma cultura masculina ainda bastante enraizada. Debates, não só sobre o assédio, mas também sobre assuntos que agreguem valor e conhecimento, são sempre muito bem-vindos”.
Como exemplo, a executiva ainda comenta as práticas que são aplicadas na Zorzin Logística, de modo a influenciar seus colaboradores e outras empresas do segmento: “Buscamos frequentemente realizar reuniões com as nossas colaboradoras; investimos em conversas e em conscientização, que são realizadas desde a gerência até o operacional. Temos um cenário de bastante respeito não só com as mulheres, mas com todos os tipos de diversidade que temos aqui dentro”.
Ainda assim, a responsabilidade maior das empresas está para além das ações internas. Os princípios éticos bem estruturados também são capazes de transmitir aos colaboradores uma visão mais ampla do assunto e de suas responsabilidades. Dessa forma, Gislaine complementa: “Temos um termo de conduta e ética na Zorzin assinado por todos que passam a integrar o nosso time e que também é frisado e reforçado em todas as oportunidades que temos. Esse documento acorda o comprometimento que a pessoa precisa seguir de maneira condizente com os nossos valores e saber que, caso haja uma situação que envolva o assédio, em qualquer uma de suas vertentes, ela não será tolerada em hipótese alguma”.
Portanto, sobretudo no campo de profissões como o TRC, o trabalho dos líderes e gestores também influenciam positivamente a disseminação da informação e de como diminuir os casos de assédio no trabalho.
“Uma das funções de um líder, além de estar presente e de guiar sua equipe, é ser exemplo para que os outros olhem para você e se identifiquem, além de internalizar a cultura da sua empresa para que todos tenham o pleno entendimento de sua cultura e valores”, finaliza Zorzin.
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