O investimento nos profissionais pode fazê-los trabalhar mais satisfeitos e engajados
Foto: Facsp/ Divulgação
O coronavírus vem impactando diretamente o dia a dia de toda a população brasileira. Segundo os últimos dados levantados pelo Ministério da Saúde, mais de 60 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença no território nacional. Diante das dificuldades encontradas e das atitudes dos governos estaduais para tentar frear a contaminação, a economia também tem sentido uma forte queda em diferentes setores.
É neste contexto de pânico e incerteza em toda a sociedade que a gestão de pessoas se faz ainda mais necessária nas empresas. De acordo com Priscila Zanette, diretora da Ouro Negro Transportes, “para ter um bom gerenciamento do seu negócio é preciso cuidar bem e motivar as pessoas com quem você trabalha, as quais, assim como você, fazem parte e vivem da empresa. Com a crise do coronavírus, percebo como esse gerenciamento se faz cada vez mais necessário”.
O investimento nas pessoas tem o potencial de fazer com que profissionais trabalhem mais satisfeitos e engajados. Uma pesquisa feita pelo americano Ron Goetzel, cientista sênior e diretor do Institute for Health and Productivity Studies, apontou que 80% das empresas americanas com mais de 200 funcionários já demonstram preocupação com o bem-estar dos colaboradores e praticam a gestão de pessoas dentro de seus negócios. Trazendo para a nossa realidade e para o momento atual, ter uma boa gestão de pessoas é dar suporte e tranquilizar os profissionais, orientando e repassando as recomendações das organizações de saúde.
Para Ana Jarrouge, presidente executiva do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo (SETCESP), “é neste contexto de mudanças e adaptações forçadas que os líderes que não possuírem o mínimo de capacidade e habilidade de gestão de pessoas ficarão expostos e suas fragilidades serão escancaradas em números”.
Segundo um levantamento da consultoria de recrutamento Michael Page, oito em cada dez profissionais pedem demissão por causa do chefe. Ainda de acordo com o estudo, o desempenho abaixo do que se espera de um líder é o principal motivo tanto para quem pede demissão quanto para quem está desanimado com o seu emprego. “Ou seja, a maioria dos desligamentos ocorre por pura falta de habilidade do líder em identificar, preparar e alocar adequadamente os talentos dentro de uma organização”, completa Jarrouge.
O transporte rodoviário de cargas, setor em que Ana e Priscila atuam há mais de 15 anos, é considerado o principal meio de movimentação de mercadorias do Brasil. São mais de 130 mil empresas e uma frota total de aproximadamente 1,6 milhões de caminhões responsáveis por transportar 65% de tudo o que circula no país. Porém, assim como os demais setores da economia brasileira, o transporte rodoviário de cargas também tem sofrido quedas significativas. Uma pesquisa feita pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) apontou que o volume de cargas transportadas em todo o território nacional já teve uma queda de 45,17% desde o início da crise.
Para Priscila, o momento pede atenção com as atividades da empresa e adaptação. “Sabemos das dificuldades trazidas pela crise. Caso você sofra um impacto muito grande em um setor específico da empresa, mas tenha outra funcionando regularmente, remaneje seus funcionários e processos; a palavra-chave para o momento é adaptação. Administrar os recursos humanos e potencializar o desempenho de todos que fazem parte de uma empresa é fundamental. É hora de motivarmos e influenciarmos positivamente todas as pessoas que fazem parte do setor de transporte”.
(Divulgado dia 07/05/2020)
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