Passada a data para adaptação das empresas à nova legislação, o setor de logística no agronegócio enxerga com otimismo as novidades trazidas pela mudança
Fonte: divulgação
Dados são produzidos e consumidos a todo momento durante as rotinas de trabalho e as vidas de pessoas espalhadas pelo mundo. Para garantir a defesa dos interesses dos cidadãos, passa a valer, desde agosto, a nova Lei Geral de Proteção de Dados. Entretanto, um levantamento realizado pela consultoria Associação Brasileira de Softwares (Abes) aponta que 60% das empresas do Brasil assumiram não estarem preparadas para a chegada da lei.
A Constituição Federal e o Código de Defesa do Consumidor incluíam o tema de forma simplificada e abrangente, porém o interesse no assunto por parte dos cidadãos e dos agentes políticos incentivou a criação de uma lei que unificasse os direitos de privacidade. Dessa forma, nasceu o primeiro projeto para a criação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), idealizada no governo do ex-presidente Michel Temer, que, agora, encontra-se aprovada e exigida a todas as instituições do País.
Na era do marketing digital, possuir os números e as informações a respeito das tendências de consumo e das preferências das pessoas representa uma vantagem comercial em relação aos concorrentes. A solicitação do número do CPF ou do RG do cliente ao realizar uma compra e os formulários em formato de quiz na internet são exemplos de acontecimentos diários que, apesar de parecerem normais, podem incluir interesses por trás que, em alguns casos, comprometem o futuro dos indivíduos e do estado.
O caso de compartilhamento de dados pela empresa privada Cambridge Analytica na corrida presidencial dos Estados Unidos que elegeu Donald Trump serviu de exemplo para mostrar o potencial que as informações sigilosas têm na criação ou no reforço de gostos e de preferências, sejam elas políticas ou econômicas.
Contudo, apesar dos danos no âmbito nacional, os gestores, que serão impactados pelas novas medidas, como exemplificado pelo estudo da Abes, ainda não conseguiram assimilar os prejuízos que terão se não incluírem a pauta da LGPD nos seus locais de trabalho. Quanto maior o volume de dados acumulados pela organização, maiores serão as punições se elas não seguirem as demandas e as fiscalizações colocadas pelo governo. As consequências vão desde a aplicação de multas até o registro de ações judiciais pelos consumidores ou contratantes que tiverem as suas informações vazadas ou utilizadas sem aviso prévio.
No caso das transportadoras que operam no modal rodoviário, é comum a coleta de nomes e a criação de arquivos confidenciais para o registro dos clientes, dos motoristas profissionais e das distribuidoras. De acordo com o diretor de desenvolvimento de negócios da Rodovico Transportes, Diego Nazari, “antes do surgimento da LGPD, a tendência era acumularmos a maior quantidade possível de conteúdo para nos auxiliar no nosso serviço. Contudo, agora, precisamos especificar, saber e pedir a permissão de qualquer informação utilizada, o que, de certa forma, incentiva positivamente a simplificação do processo interno das transportadoras”.
Desde que os debates a respeito da prorrogação ou não da LGPD começaram em 2020, a empresa organizou uma série de workshops com a participação do seu corpo jurídico e de tecnologia da informação. Atualmente, as reuniões na Rodovico continuam e, de acordo com Diego, já existe um projeto nos planejamentos e orientações internas, criadas pelo grupo de gestores da transportadora, de um programa de treinamento com os colaboradores.
“Estenderemos a capacitação aos nossos motoristas para que eles também estejam conscientes de onde estão as suas informações pessoais. Felizmente, pelo fato de estarmos integrados às principais inovações do momento, já instalamos ferramentas que organizam o encontro das informações dos envolvidos no transporte, como big data e o aplicativo de frete Tmov”, complementa Diego.
Criada pela Sotran Logística, especializada na produção de tecnologias para o agronegócio no ano de 2019, a plataforma de frete promove a reunião completa dos dados da transportadora, da empresa contratante e do motorista profissional responsável pela entrega da carga. Dessa forma, as informações coletadas durante o fechamento do negócio ou da parceria entre os embarcadores e os transportadores ficam acessíveis e possíveis de ser identificadas em poucos minutos.
“A segurança no transporte precisa ser discutida. Quanto mais estivermos atualizados das nossas obrigações com os órgãos públicos, melhor será a vida dos brasileiros. Faço a minha parte nesse processo e fico feliz de saber que, na Rodovico, estamos preparados para o que acontecer utilizando o que há de moderno no mercado”, finaliza Diego.
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