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Otimismo com o agronegócio acompanha a introdução de novas iniciativas no TRC

Empresário sulista vê com bons olhos o cenário do agronegócio para 2022 e acredita no surgimento de novas tecnologias para aumentar a eficiência do setor


A retomada gradual da economia brasileira após o isolamento social continua apresentando resultados positivos para o agronegócio. Uma pesquisa publicada este mês pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostrou que a tendência de aumentos na cotação do preço do trigo, observada no ano passado, continua em 2022. Na última terça-feira, de acordo com o Cepea, a saca de 60 kg foi avaliada em R$ 1.679, 98, uma alta de 1,05% em relação a dezembro, quando houve um crescimento de 2,17%.


O mesmo aconteceu com outros grãos. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) publicou, no dia 14, a informação de que o Brasil encerrou o ano passado com recorde nas exportações de soja: 86,63 milhões de toneladas. A produtividade também cresceu: 137,1 milhões de toneladas, o que promoveu um aumento de 6% no comércio exterior.


De acordo com Diego Nazari, diretor de desenvolvimento de novos negócios da Rodovico Transportes, empresa de transporte e logística especializada em cargas agrícolas, em 2021, as transportadoras brasileiras sustentaram as suas atividades em parte devido ao aumento do frete da safra de soja. “Os resultados superaram todas as nossas expectativas. Tivemos um pico de alta na demanda por cereais para suprimir os estoques de alimentos de outros países, sobretudo na China e nos EUA”, afirma Diego.


“A procura nas indústrias nacionais também se manteve constante para não parar o fluxo de produção. Isso fez com que o orçamento dos nossos clientes estourasse, e o transporte rodoviário de cargas (TRC) se beneficiou desse contexto. Aproveitamos a situação para diminuir os impactos com os aumentos dos combustíveis, dos pneus, da compra de peças, da manutenção da frota etc.”, complementa o empresário.


O Paraná, onde a Rodovico atua, ficou em segundo lugar no volume de produção de trigo do país. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e de Abastecimento do Paraná, o estado teve uma colheita de 3,2 milhões de toneladas. Em primeiro lugar ficou o Rio Grande do Sul (RS), cujos agricultores recolheram 3,4 milhões de toneladas, aumento de 61,88% em comparação ao ano passado. O dólar elevado e o aumento do consumo das famílias brasileiras, ocasionado pelo auxílio emergencial, assim como o retorno da economia em outros continentes, contribuíram para o resultado.


Por outro lado, o milho teve uma quebra de produção. Em seu relatório mensal de novembro, o Deral revelou que a segunda safra de milho no estado foi estimada em 5,71 milhões de toneladas, uma queda de 53% ante aos 12,171 milhões de toneladas da estação anterior.


Na visão de Diego, não há como separar o agronegócio da alimentação e do cotidiano dos brasileiros. “Quando penso em agro, imagino logo uma mesa de refeição com familiares sentados para comer pão ou macarrão ou para beber uma cerveja com os amigos no final de semana. Felizmente, o Brasil tem um clima favorável, solos férteis e um ecossistema diverso, principalmente na região Sul. Se combinarmos essa vantagem com melhores condições para a atuação das transportadoras, teremos a combinação ideal para desenvolver o país”, explica o diretor da Rodovico.


Contudo, o empresário acredita que ainda existem muitos entraves para o agronegócio crescer. O sistema tributário do país nas esferas estadual e federal dificulta a realização dos contratos, e o segmento segue procedimentos que diminuem a sua eficiência. O TRC busca solucionar parte dessas dificuldades por meio de tecnologias que facilitam na contratação do frete e inserem o setor na nova realidade do e-commerce.


A Rodovico Transportes, por exemplo, conta desde 2011 com o auxílio de aplicativos de frete em suas operações. Desde então, a contratação do frete, que era feita de forma manual, tornou-se 100% digital. Etapas de contrato foram reduzidas e o encontro de motoristas nas regiões próximas ao local de embarque foi facilitado.


“A necessidade de colocar alimento na mesa dos brasileiros sempre existirá, o que significa que o transporte rodoviário de cargas não deixará de trabalhar. Porém, não podemos deixar de olhar para os erros do setor e procurar maneiras de melhorar. Encontramos formas inteligentes de operar, buscando soluções para problemas que afetam o mercado há anos sem deixarmos de estar alinhados com o que há de novo no cenário da logística”, finaliza Diego.

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