Utilização de robôs, inteligência artificial, Big Data e serviços diferenciados são estratégias utilizadas no setor para desenvolver um bom serviço, mesmo diante dos desafios
Reconhecidamente o meio de abastecimento mais utilizado no Brasil, o setor de transporte rodoviário de cargas não para de crescer. Mesmo em um período de instabilidade econômica, ocasionado principalmente pelo longo período de pandemia, o segmento cresceu 38% no primeiro quadrimestre de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020, de acordo com o Índice de Movimentação de Cargas do Brasil, passando de R$ 2,1 trilhões em movimentações registrados, para R$ 3 trilhões.
Apesar do aumento na demanda de cargas e o consequente crescimento das empresas, o setor continua esbarrando nos gargalos logísticos ocasionados pela falta de investimento na infraestrutura do país. Segundo dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o total estimado de investimentos em infraestrutura de transportes e logística irão somar R$ 124,3 bilhões entre 2022 e 2026. Porém, ainda de acordo com a entidade, este cenário de investimentos ainda não é suficiente para o país eliminar os desafios que atrapalham a produção e o crescimento econômico. Nas contas da Abdib, os investimentos em transportes e logística, por exemplo, deveriam representar o equivalente a 2,26% do PIB (Produto Interno Bruto), ou algo como R$ 161 bilhões por ano.
Diante desses investimentos insuficientes, as empresas que atuam com o transporte de cargas precisam desenvolver um planejamento diferenciado para cada região e necessidade de seus clientes. Segundo Guilherme Juliani, CEO do Grupo MOVE3, detentora das empresas Flash Courier e Moove+ que atuam no segmento, “O Brasil é um país de dimensões continentais, com diversos desafios de logística, aeroportuários, entraves de barreiras, ferroviários, rodoviários e com uma demanda logística muito específica. Precisamos entender a realidade dos diferentes stakeholders e como cada região possui um desafio distinto. Acredito que chegar até o que chamamos de locais de risco e levar a esses moradores o direito ao serviço de logística é um dos principais desafios no Brasil hoje. Atender todos os locais com qualidade passa por entender as diferentes realidades que temos no país, e isso demanda planejamento e adaptação”.
Além disso, as empresas dos setores ligadas à logística estão cada vez mais, investindo em novas tecnologias que auxiliam no desenvolvimento de suas atividades e na superação dos desafios impostos pela infraestrutura brasileira. “Inovar nossos processos através do auxílio da tecnologia nos permite criar serviços mais eficientes e que garantem maior segurança e qualidade dos processos. Na MOVE3 foi clara a evolução que tivemos quando começamos a adaptar nossa operação com novas esteiras e robôs, ou quando criamos serviços como Lockers e Pontos de Retirada, que ajudaram a reduzir os índices de devolução. Ainda, ter implementado em nosso sistema tecnologias como Big Data e Machine Learning nos permitiu focar no planejamento da nossa empresa, tornando a tecnologia uma aliada da operação”, adiciona Guilherme.
De forma geral, os setores que compõe a logística brasileira, conseguiram se adaptar bem aos desafios e seguem movimentando a economia do país. “Mesmo com as dificuldades que conhecemos, nós brasileiros realiamos um trabalho de maneira brilhante e desenvolvemos padrões não vistos em diversos lugares do mundo. Acredito que temos potencial para sermos destaque na realização de serviços e o que falta, já a algum tempo é um investimento mais assertivo por parte das nossas autoridades”, finaliza o CEO.
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