Empresas do setor de transporte de cargas buscam estratégias para superar os gargalos inflacionados na situação atual da economia
Foto: TKE Logística
O momento instável da economia mundial tem acarretado desafios para o transporte rodoviário de cargas brasileiro. Além das dificuldades apresentadas nacionalmente, como falta de infraestrutura, burocratização e roubo de cargas, as empresas vêm sofrendo com consecutivos aumentos de produtos essenciais para o desenvolvimento de seus serviços. O óleo diesel, produto que representa 35% dos custos das transportadoras, por exemplo, tem sofrido consequentes aumentos desde janeiro de 2021. Além disso, segundo a plataforma de mercados financeiros Investing, o barril de petróleo tipo Brent, principal referência internacional para a commodity, encerrou abril a US$ 109,34.
Com o efeito da alta dos combustíveis, principalmente do diesel, as empresas do setor de transporte precisam reajustar o valor do frete, que é repassado para a indústria e consequentemente cria uma linha de aumentos nos preços de diversos itens essenciais para a população, primordialmente do setor alimentício.
Para Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística, as empresas do setor de transportes conseguem repassar apenas parte dos diversos aumentos. “Hoje a maioria das empresas consegue repassar apenas o aumento de custos com combustível, quando conseguem. No entanto, repassar custos dos insumos e peças que também subiram e manter a margem adequada para uma renovação de frota, por exemplo, não está sendo possível para muitas empresas. O transporte de commodities, no qual atuamos na TKE, é sensível ao aumento de preço”.
Desde 2021, o preço médio do frete para os produtos do agronegócio vem em crescente, chegando a 1,2% em maio, em comparação ao mês de abril do mesmo ano, segundo o índice FreteBrás do Preço do Frete (IFPF). Porém, essa situação se agravou principalmente com o conflito no Leste Europeu entre russos e ucranianos no início de 2022, considerando que a Ucrânia é um dos nossos maiores parceiros comerciais na exportação de fertilizantes, assim prejudicando a produção de alimentos.
Para Franco, o principal desafio de sua empresa continuarão sendo as negociações com os clientes para encontrar “saídas” dessa situação. “As negociações junto aos nossos parceiros estão sendo mais frequentes, porque os custos aumentaram da mesma forma para nós, para eles e para o consumidor final também”, acrescenta o executivo.
O transporte de alimentos no Brasil é um dos setores que mais representam demanda, já que o país possui uma grande quantidade de insumos alimentícios que é desenvolvida para atender o mercado nacional e para suprir a logística de outros países. Com isso, o deslocamento desses produtos exige uma grande estrutura e atenção por parte das transportadoras.
Uma das ações que a TKE Logística e diversas empresas do setor estão tomando é aprimorar cada vez mais os processos de entrega para criar diferenciais competitivos e para realizar um serviço seguro, eficiente e capaz de oferecer soluções para as diferentes necessidades de seus clientes e da sociedade em geral. O valor do frete só é um começo para quem está no setor.
“Como em grande parte falamos de transporte como commodities, é difícil entregar uma percepção de valor ao cliente quando o próprio produto dele não tem muito valor agregado. O embarcador e o cliente final são muito sensíveis ao preço, portanto a operação como um todo precisa estar muito simplificada. Por isso, contamos com uma equipe de profissionais altamente qualificada, com motoristas realizando um transporte de forma previsível e segura. Ainda, existe uma série de verificações e de certificações a ser realizada para manter o bom condicionamento da carga, garantindo que o destinatário receba o produto como saiu da indústria”, descreve o diretor administrativo.
Embora o setor esteja vivenciando momentos de instabilidade desde o início da pandemia, Franco e muitos outros empresários acreditam que o segmento logo voltará aos índices crescentes, evitando perdas e custos desnecessários. “O setor, como vários outros, sofre com as questões inflacionárias, com instabilidades econômica e política tanto nacionais quanto internacionais. Acredito que ainda teremos mais alguns meses trabalhosos pela frente, mas em breve entraremos em um novo ciclo de crescimento”, finaliza o executivo.
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