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Análise de Filme: Soul

Atualizado: 18 de mai. de 2021



Soul é o último lançamento da Pixar e como sempre não deixou por esperar. Com estética e temática que não é totalmente infantil, Soul é uma animação sobre a vida e a morte que emociona pessoas de todas as idades.


A narrativa conta a história de Joe, um moço de meia idade, que mora em nova iorque sozinho e é professor de jazz para crianças, mas seu sonho é fazer carreira como músico, em um certo dia ele consegue passar em uma audiência com uma das mulheres mais importantes da cena, mas de tanta felicidade ele anda descuidado na rua e cai em um bueiro.


É um filme lindo, que nos ensina muitas coisas, dentre elas a mais importante eu acho que é valorizar os momentos simples vida, ele nos mostra sobre o valor da vida ao mostrar as experiências de 22 no corpo de Joe, coisas que ele não dava muita importância, mas que são incrivelmente satisfatórias como comer uma pizza, ou sentar em uma calçada e ver as folhas de uma árvore caindo do céu.


Apesar de mexer com as questões tão existenciais e que causam ansiedade, "Soul" é um abraço amoroso ao final de um ano que expôs todo tipo de fragilidade do ser humano, das mais físicas às mais emocionais, culturais e sociais.


É legal pois a pós morte não é exposta, quem vê o trailer pensa que quem assiste tem uma experiência de pós morte, mas na verdade eles não revelam tudo o que existe neste plano, eles só revelam o que seria a pré-vida e deixa em aberto as interpretações de todas as religiões, não sabemos se na pré-vida as almas são de reencarnação, ou se são almas novas. Ficando isso aberto para a sua crença. Outra coisa interessante de comentar é o universo e a vida do protagonista negro, ela é mostrada de um jeito muito orgânico, muito real, diferente de outros filmes de diretores brancos que fazem personagens negros, nesse filme a essência se manteve.


É legal falar sobre o Diretor Pete Docter, que dirigiu outros filmes da Pixar, como “Up Altas Aventuras”, “Monstros S/A”, “Divertidamente”, “Wall-E”, “Toy Story”, dentre outros, e nos filmes dele é bem presente a relação entre mundos diferentes em linhas tênues, sempre trazendo essa dualidade, dentro das duas perspectivas. Como por exemplo, no Monstros S/A a única coisa que limita o mundo dos monstros e o mundo dos humanos são as portas dos quartos das pessoas, no Toy Story a única coisa que limita o mundo dos brinquedos e o mundo dos humanos são os momentos em que os brinquedos estão sozinho, e como é de lei, no Soul ocorre a mesma coisa, o mundo dos vivos e o mundo das almas são dividos por um bueiro no caso de Joe que passa para morte e pelo buraco do salto de fé das almas. A Pixar faz questão de mostrar que o limite do fantástico e o mundano é uma linha tenue e no Soul ela é sobre a morte, sobre a divisão de corpo e alma.


Nesse sentido, falando sobre essa divisão podemos fazer um paralelo com as teorias filosóficas dualistas de Platão , que dizia que o corpo e a alma são coisas separadas e que antes de descermos a terra (mundo sensível), viemos de um mundo ideal, onde as ideias são eternas e aprendemos sobre todas as coisas, para depois ao cairmos na terra relembrarmos através da razão os ensinamentos que nossas almas tiveram nesse mundo intangível.


Em Soul há no pré-vida a “sala de todas as coisas” onde as almas podem aprender sobre o que quiserem e sentirem vontade, é onde elas descobrem suas ambições, paixões, hábitos e personalidades.


Soul é um dos filmes mais filosóficos da pixar, e aborda isso de forma divertida e criativa. Frequentemente, os filmes infantis acham que precisam conectar todos os pontos para seu público, mas eu apreciei a capacidade deste filme de parar e mostrar as sensibilidades do que é estar vivo, fugindo da história, mas adicionando mais profundidade à experiência. Além da Trilha Sonora maravilhosa.


Nota 4⭐⭐⭐⭐ ☆ Pura Excelência!!


Por: Marcello Monteiro



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