Ferramenta funciona como um diferencial competitivo e deve ser compartilhado por meio de uma rede de empresas com interesses semelhantes
Foto: Divulgação
Desde o início da pandemia trazida pelo novo coronavírus, o setor de transporte rodoviário de cargas (TRC), responsável por transportar cerca de 65% de tudo o que se produz no Brasil, vem sofrendo com quedas nos volumes de cargas, assim com uma diminuição em seus faturamentos. Apesar de ter sido classificado como serviço essencial lá em março, uma pesquisa da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) apontou que o setor teve uma variação negativa na demanda de 45,2% em meados de abril. Atualmente, a variação negativa é de 30,42% em relação aos níveis pré-pandemia. Além disso, a Confederação Nacional do Transporte (CNT), por meio da Pesquisa de Impacto no Transporte – Covid-19, mostrou que mais de 90% do setor foi afetado negativamente, e 71,1% das empresas estavam enfrentando problemas de caixa.
Para a presidente executiva do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e região (SETCESP), Ana Jarrouge, “em meio à crise sem precedentes pela qual atravessam os transportadores, com queda de serviço e faturamento, qualquer medida para ajudar a reduzir custos trata-se de ação imperativa e urgente. Não tenho dúvidas acerca das vantagens decorrentes da utilização da compra coletiva por meio do clube de compras”.
O clube de compras funciona como um diferencial competitivo para as transportadoras, pois com ele as empresas realizam compra coletiva dos principais produtos essenciais para suas operações, economizando no preço unitário destes itens. O serviço funciona também como um facilitador das negociações, as quais são feitas pelas próprias entidades.
Segundo Ana, apesar de o clube de compras apresentar benefícios claros, os transportadores, em grande parte, ainda não realizam essa prática. “Dentro do TRC esse serviço sempre foi tema recorrente nas reuniões de diretorias das entidades de classe patronais, visto que as vantagens são óbvias. Entretanto, sua efetivação sempre foi um desafio por fatores que nem sempre são compreensíveis. A falta de uso pelos transportadores é puramente cultural, cada um acaba fazendo um esforço sozinho e negociando com seus próprios departamentos de compras. Só falta quebrar esta barreira, este paradigma cultural, para que todos enxerguem o potencial de ganhos e benefícios decorrentes de se unir esforços e fazer compras coletivas. E é aí entra o papel de uma entidade forte e representativa”, pontua Jarrouge.
O clube de compras deve ser compartilhado em uma rede de empresas conectadas, que geralmente possuem intenções e práticas de compras muito comuns. O sucesso desse tipo de serviço depende diretamente dos próprios associados, que, possuindo demandas similares, se unem e fazem esforço para juntos negociarem melhores preços e condições para produtos e serviços.
“Quando falamos especificamente da atividade de compras coletivas, há diversas etapas que contemplam a rodada e que precisam ter regras claras e transparentes a fim de atrair tanto compradores como fornecedores. Acredito que é papel das entidades demonstrar aos seus representados (associados) que tal prática é viável e factível e que traz benefícios concretos. Trata-se de um trabalho constante e perene de divulgação e convencimento utilizando uma comunicação eficaz e assertiva.
(Divulgado 23/07/2020)
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