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Instabilidade entre Israel e Irã acende alerta econômico para Brasil em meio à tensão global

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Antes da trégua firmada em 24 de junho entre Israel e Irã, o mercado internacional acompanhava com preocupação as ameaças de bloqueio no Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% da produção mundial de petróleo. No entanto, mesmo após o cessar-fogo, os desdobramentos da guerra e a instabilidade regional continuam gerando impactos indiretos em diversas cadeias produtivas, pressionando preços de commodities, elevando custos logísticos e afetando decisões de política monetária. O risco de um novo episódio de escalada militar persiste, mantendo o cenário de alerta para economias interligadas.


De acordo com o especialista tributário internacional e de investimentos, André Peniche, os Estados Unidos, apesar de terem se envolvido diretamente na mediação do conflito, tendem a manter sua estabilidade estrutural graças à autonomia energética construída nas últimas décadas. “Os americanos se consolidaram como os maiores produtores mundiais de petróleo, com forte capacidade interna de suprimento, além de terem avançado na transição energética. Mesmo com as tensões no Oriente Médio, a economia estadunidense tem se beneficiado da sua resiliência produtiva e da posição do dólar como ativo de segurança, atraindo capital nacional e estrangeiro, e mantendo a sua competitividade’, afirma.


Na outra ponta, a China surge como uma das economias mais vulneráveis ao conflito. Com alta dependência do petróleo iraniano, qualquer instabilidade no Estreito de Ormuz representa um aumento imediato nos custos de energia, impactando cadeias industriais e freando seu crescimento. Nesse contexto, os Estados Unidos podem se beneficiar geopoliticamente, ampliando sua fatia nas exportações de petróleo e gás e pressionando a China em disputas comerciais, sobretudo em um eventual segundo mandato de Donald Trump.


Com os dois principais parceiros comerciais do Brasil enfrentando pressões distintas, a economia brasileira se vê exposta a riscos indiretos que afetam o dia a dia da população. A combinação de fretes mais caros, fortalecimento do dólar, inflação persistente e redução no volume de exportações tende a comprimir o consumo e desacelerar o crescimento. “O momento pós-trégua representa algum alívio, evitando o pior, mas não elimina completamente os efeitos adversos: o brasileiro seguirá sentindo no bolso os aumentos nos preços do supermercado, do gás, da energia e dos financiamentos, ainda que com menor intensidade do que em cenários de tensão máxima”, pontua Peniche.


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