top of page

Se você tem 10 prioridades como líder, uma delas precisa ser a comunicação

Há alguns anos, à frente do GMI e envolvido em diferentes projetos de comunicação corporativa e institucional — especialmente no setor de transporte de cargas —, aprendi algo que carrego comigo e compartilho sempre que posso: se um líder tem dez pontos de atenção em uma empresa, um deles precisa ser a comunicação — e não como um apêndice simbólico, mas como um pilar estratégico, acompanhado de perto, com métricas, sensibilidade e visão de futuro. Não se trata apenas de divulgar ações, criar campanhas ou manter uma rede social ativa. Comunicação, quando bem aplicada, transforma cultura, alinha expectativas, dá clareza de rumo, fortalece o senso de pertencimento e, acima de tudo, impulsiona desempenho. É, portanto, parte da engrenagem da gestão. Eu acompanho de perto os resultados dos projetos que toco com minha equipe e, com o tempo, ficou muito claro que a diferença entre organizações que avançam de maneira sustentável e aquelas que apenas giram em torno de tarefas está no quanto suas lideranças se envolvem e acreditam no processo comunicacional.


Essa percepção, que inicialmente parecia apenas observacional, hoje encontra forte respaldo em pesquisas recentes. Um estudo global da Gallagher (2025) mostrou que 83% dos líderes de comunicação e recursos humanos veem a comunicação interna como um fator decisivo para alcançar os objetivos estratégicos das empresas. Outro dado relevante vem do relatório Approaching the Future 2025, produzido na Europa e na América Latina, que destaca que a comunicação está entre os três principais ativos intangíveis que as empresas mais valorizam e investem — atrás apenas da reputação e da cultura organizacional. Para mim, esses dados confirmam algo que a prática já havia me mostrado: a comunicação está diretamente conectada com os resultados, e quando esse entendimento vem de cima, da liderança, tudo muda de patamar.


Mais do que isso, comunicar com eficácia hoje significa lidar com múltiplos canais, equipes híbridas, diferentes níveis de maturidade digital, necessidade de engajamento contínuo e adaptação a contextos que mudam o tempo todo. Um artigo publicado recentemente pelo Corporate Culture Institute afirmou que líderes que se comunicam com clareza e constância fortalecem a cultura da empresa e constroem vínculos mais sólidos com seus colaboradores. Já a pesquisa do Firstup apontou que uma comunicação interna eficaz deve ser personalizada, orientada por dados e capaz de alcançar os colaboradores nos seus ritmos e plataformas preferidas. Essa é uma preocupação constante minha e da minha equipe: entender os públicos, ouvir com atenção, testar formatos, medir reações e corrigir rotas.


Mas é preciso também falar de responsabilidade. Comunicação eficiente é via de mão dupla. Muitas empresas e projetos específicos ainda esperam que as agências adivinhem o que deve ser feito, mesmo sem briefing definido, sem planejamento estratégico de comunicação e sem clareza sobre os objetivos reais. E quando as entregas não geram o impacto esperado, o problema, muitas vezes, é direcionado a quem executa — quando, na verdade, o que falta é alinhamento e estrutura na origem. Já perdi as contas de quantas vezes equipes internas não sabiam o que a empresa queria comunicar, ou sequer tinham acesso a uma diretriz clara. Comunicação corporativa exige, antes de tudo, intenção e direcionamento. Não se trata de “fazer post”, mas de integrar marca, cultura, estratégia, pessoas e mercado em um mesmo caminho. É por isso que um bom planejamento, mesmo que simples, muda tudo. Ele orienta o trabalho da agência, dá segurança para os colaboradores, organiza a frequência das ações, define a linguagem, mapeia públicos, antecipa crises e ajuda a projetar reputação no médio e longo prazo.


Na minha vivência no GMI, essa postura nos levou a resultados concretos. Quando passamos a tratar a comunicação como ferramenta estratégica — acompanhando indicadores, ouvindo lideranças, alinhando o discurso interno ao posicionamento externo e garantindo constância —, os resultados começaram a aparecer de forma ainda mais clara. A cultura organizacional ficou mais sólida, o time passou a confiar mais nos processos e a inovação deixou de ser só um desejo e passou a ser rotina. Criamos campanhas que movimentaram entidades nacionais, transformamos dados em narrativas e conseguimos mostrar para empresas e instituições que não basta “estar presente” — é preciso “fazer presença” com propósito, com posicionamento, com verdade. Em muitos desses projetos, o engajamento da alta liderança fez toda a diferença. Não como uma exigência minha, mas como uma escolha deles, ao perceberem que comunicação não é função de um setor, mas de toda uma cultura de gestão.


Recentemente, o relatório da AJG Employee Experience reforçou esse ponto ao afirmar que as empresas que obtêm maior impacto com a comunicação são aquelas em que diferentes áreas compartilham a responsabilidade de comunicar. Em outras palavras, comunicar bem é um esforço coletivo, mas que começa — e só se sustenta — com a liderança. Já ouvi líderes dizendo que “não têm tempo para isso” ou que “confiam na equipe de comunicação para cuidar do assunto”. Eu entendo, mas discordo respeitosamente. Se você é líder e não acompanha minimamente o que e como sua empresa comunica, está perdendo uma das maiores oportunidades de gerar valor, fortalecer reputação e proteger o futuro da sua organização.


Eu acredito — e venho experimentando isso todos os dias — que a comunicação é a ponte entre a estratégia e a execução. E que a forma como falamos, ouvimos e reagimos dentro das organizações diz muito mais sobre quem somos do que qualquer discurso pronto em uma peça publicitária. É nesse lugar, mais humano, mais comprometido, mais presente, que eu escolhi atuar. E convido cada líder que me lê a fazer o mesmo. Não precisa saber tudo. Basta começar por uma pergunta simples: como estou participando, de fato, da comunicação da minha empresa?

Comentários


© 2024 por GMI TI

bottom of page